Game of Thrones Wiki
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Este artigo se trata sobre a série de livros de George R.R. Martin. Para o livro de Arquimeistre Ebrose, veja As Crônicas de Gelo e Fogo.

As Crônicas de Gelo e Fogo (no original em inglês: A Song of Ice and Fire) é uma série de livros de fantasia épica escrita pelo romancista e roteirista norte-americano George R.R. Martin e publicada pela editora Bantam Spectra. Martin começou a desenvolvê-la em 1991 e o primeiro volume foi lançado em 1996. Originalmente concebida para ser uma trilogia, a saga agora consiste em cinco volumes publicados, com mais dois planejados. Há também três contos derivados e algumas novelas que consistem de resumos dos romances principais.

A série foi traduzida para quase 50 idiomas e vendeu mais de 90 milhões de exemplares mundialmente (até abril de 2019). Todos os romances foram, em geral, muito bem recebidos pela crítica literária e pelo público, sendo indicados a diversos prêmios de fantasia e ficção científica, como o Prêmio Locus, o Prêmio Nebula e o Prêmio Hugo. No Brasil os livros são publicados pela editora Suma (anteriormente pela LeYa) e em Portugal pela Saída de Emergência.

Os livros de As Crônicas de Gelo e Fogo foram adaptados para diversos formatos, como jogos de videogame, histórias em quadrinhos, bonecos em miniatura e uma série de TV intitulada Game of Thrones. A atração televisiva apresentou a saga a um maior número de leitores e lhe trouxe maior notoriedade, fazendo com que os quatro primeiros volumes da série surgissem entre os dez primeiros colocados na referencial lista de mais vendidos do jornal norte-americano The New York Times em 2011.

Premissa[]

Enredo[]

Há três argumentos principais na história, que se tornam cada vez mais interligados: a crônica de uma guerra civil dinástica entre várias famílias concorrentes pelo controle dos Sete Reinos; a ameaça crescente das criaturas sobrenaturais conhecidas como os Outros, que habitam além de uma imensa muralha de gelo ao Norte; e a ambição de Daenerys Targaryen, a filha exilada de um rei assassinado em uma outra guerra civil treze anos antes, prestes a voltar à sua terra e reivindicar seu trono de direito.

Temas e inspirações[]

George R.R. Martin procurou ler muitos livros sobre as Cruzadas e sobre guerras como a dos Cem Anos e a das Rosas para formar uma sociedade medieval verossímil. O escritor afirmou que, no passado, teve problemas com certos livros que estava lendo porque, apesar de ambientados na Idade Média, nenhum deles respeitava fatos importantes da época, como a baixa expectativa de vida. Para ele, "apesar de ter castelos, princesas e cidades muradas", estes romances apresentavam "a sensibilidade dos norte-americanos do século XX"; ele não tinha interesse em fazer algo deste tipo, mas sim de escrever a combinação do "sentimento de admiração que você tem na melhor fantasia, com o realismo corajoso da melhor ficção histórica". Desta forma, a trama da série se assemelha mais a livros como Ivanhoé, de Walter Scott, e com as obras de Bernard Cornwell do que propriamente com literatura fantástica.

Os livros trazem diversas intrigas políticas, onde várias facções lutam pelo poder em meio ao caos que se instalou nos Sete Reinos. De acordo com Martin, este é o principal tema da série; ele disse que "tematicamente, o poder está no centro deste sistema — o uso do poder, das influências corruptoras do poder, o que as pessoas vão fazer para obter o poder e o que o poder vai fazer com eles". Críticos e jornalistas desenvolveram outras interpretações da história presente nos romances, analisando-a também por seu uso de alegorias. A mais notória delas seria a semelhança de Westeros com a Europa Ocidental e de Essos com a Ásia e o Oriente Médio. Para Martin, sua saga não traz nenhuma metáfora conscientemente, porém o escritor ressalta que certos períodos pelos quais os Estados Unidos passaram recentemente — como o governo de George W. Bush — podem, inevitavelmente, tê-lo influenciado.

Outro fato observado foi que em Westeros cada estação pode durar anos. No decorrer do primeiro livro, os Sete Reinos passam por um verão de quase uma década, e algumas personagens se preocupam com o fato de que o inverno possa durar mais do que isso. Sobre este aspecto, Martin admite que procurou dotar o longo período de duração das estações com alguns significados; o roteirista explicou: "Inverno e verão. [...] Todos temos os invernos em nossas vidas e não significa apenas as estações frias. O verão é uma época de crescimento, abundância e alegria. E o inverno é um período negro, onde você tem que lutar pela sobrevivência". Além de fatos históricos, outros elementos reais também serviram de inspiração para As Crônicas de Gelo e Fogo. A ideia para a criação da muralha de gelo que protege Westeros das criaturas sobrenaturais veio de uma viagem que Martin fez em 1980 pela Escócia, onde o roteirista conheceu o Muro de Adriano — uma fortificação construída pelo imperador romano para proteger o "mundo civilizado" dos "bárbaros" que viviam no norte. Para a sua série, Martin transmutou as ruínas em uma edificação de gelo com centenas de metros de altura

Estrutura e gênero[]

Os romances de As Crônicas de Gelo e Fogo se inserem no gênero da fantasia épica. Embora George R.R. Martin tenha reconhecido a influência dos livros de escritores consagrados no gênero como J.R.R. Tolkien, Jack Vance e Tad Williams, sua série difere das obras destes últimos por seu maior interesse e utilização de elementos realistas. Desta forma, ao contrário de autores que suprimem certos temas, Martin faz com que batalhas sangrentas, traições, infanticídios e práticas amorais sejam temas recorrentes em todos os volumes. O roteirista também não tem receio de levar protagonistas à morte — algo que sempre surpreende seus leitores e leva o enredo para caminhos desconhecidos. Por tudo isso, a saga é considerada, sobretudo, como um trabalho destinado ao público adulto.

Cada um dos romances acompanha a evolução da guerra pelo Trono de Ferro, propriamente iniciada ao final do primeiro volume. A ambientação da história segue uma tradição na fantasia épica, originada por J.R.R. Tolkien, onde tudo acontece em um "mundo medieval" paralelo ao nosso. Os livros são contados em terceira pessoa, onde cada capítulo segue o ponto de vista de uma personagem diferente e deixa um gancho para o capítulo seguinte. Todos os volumes incluem também um extenso apêndice que lista todas as personagens da série de acordo com as Casas de que fazem parte, além de mapas das diferentes regiões de Westeros e de Essos.

Publicação[]

Estados Unidos da América[]

Todas as informações abaixo referem-se às edições em capa dura norte-americanas; além da versão impressa, todos os romances de As Crônicas de Gelo e Fogo estão disponíveis também no formato de livro digital (eBook) e audiolivro — sendo estes narrados pelo ator britânico Roy Dotrice.[1][2]

# Título original Páginas Capítulos Audiolivro Primeira publicação
1. A Game of Thrones 704 77 33h 53m agosto de 1996
2. A Clash of Kings 784 70 37h 17m novembro de 1998
3. A Storm of Swords 992 82 47h 37m agosto de 2000
4. A Feast for Crows 784 46 31h 10m outubro de 2005
5. A Dance with Dragons 959 73 48h 56m julho de 2011
6. The Winds of Winter (Sem previsão)
7. A Dream of Spring (Sem previsão)

Há ainda três novelas que são conjuntos de capítulos dos livros originais, chamados de The Iron Throne Saga.

  • Blood of the Dragon é um romance feito com os capítulos de Daenerys Targaryen em A Game of Thrones. Ele ganhou o Prêmio Hugo de Melhor Novela em 1997.[3]
  • Path of the Dragon é um segundo romance baseado nos capítulos de Daenerys, desta vez retirados de A Storm of Swords, publicado originalmente em 2000.
  • Arms of the Kraken é baseada nos capítulos das Ilhas de Ferro de A Feast for Crows, lançado em 2003.

Portugal e Brasil[]

Em Portugal, a série é editada pela Saída de Emergência. A editora comprou seus direitos entre 2005 e 2006, e dividiu cada livro original em dois volumes — gerando, assim, dez romances. Todos foram traduzidos por Jorge Candeias. Candeias tentou respeitar ao máximo o texto original e manteve sobrenomes, por exemplo, inalterados; contudo, todos os topônimos com um equivalente viável para o português foram traduzidos. Além dos livros principais, a editora também lançou, em 2009, a novela Blood of the Dragon sob o s Dragões e, em 2012, os contos de Tales of Dunk and Egg sob o título O Cavaleiro de Westeros e Outras Histórias.

A editora, desde o lançamento do primeiro livro, procurou investir em capas distintas, com marketing forte e intensa promoção na internet; contudo, o sucesso das obras só se consolidou após a estreia da adaptação televisiva da série feita pelo canal norte-americano HBO. Por consequência, o nono e o décimo romances, intitulados A Dança dos Dragões e Os Reinos do Caos, respectivamente, entraram para a lista de livros mais vendidos de importantes lojas virtuais, como Fnac e Wook.

No Brasil, a antiga responsável pela publicação de As Crônicas de Gelo e Fogo foi a editora LeYa. Para os quatro primeiros romances da saga, a editora LeYa fez uso da tradução portuguesa de Jorge Candeias, adaptando termos do português europeu para o português brasileiro; entretanto, a partir do quinto volume, a série começou a ser traduzida pelo Estúdio Sabiá.

Após sua publicação, em setembro de 2010, A Guerra dos Tronos tornou-se um sucesso imediato. O segundo romance na sequência, intitulado A Fúria dos Reis, foi lançado em março de 2011 e esgotou sua primeira tiragem de vinte mil exemplares após uma semana de lançamento; uma segunda leva de quinze mil cópias foi providenciada. Com apenas sete meses no país, os dois volumes somavam cerca de setenta mil exemplares comercializados e reuniram uma base de fãs crescente. Mais de um ano após seu lançamento, A Guerra dos Tronos foi listado como o quarto livro mais vendido no Brasil em 2011 pelo jornal O Estado de S. Paulo.

O terceiro romance, A Tormenta de Espadas, foi publicado em setembro de 2011, durante a Bienal do Livro do Rio de Janeiro. Cerca de três semanas antes de seu lançamento oficial, a pré-venda da obra comercializara 55.000 exemplares; a tiragem inicial era de cem mil. O livro seguinte, intitulado O Festim dos Corvos, foi lançado em fevereiro de 2012 e comercializou cem mil exemplares somente durante o período de pré-venda em lojas virtuais e livrarias. Por sua vez, o quinto romance, A Dança dos Dragões, foi publicado em junho do mesmo ano, mas saiu com um erro de impressão, onde a edição não contava com o capítulo 26 "O soprado pelo vento". Uma reimpressão ocorreu corrigindo o erro.

Em março de 2019, a editora Suma assumiu as vendas dos livros de George R.R. Martin, começando com os três primeiros romances, A Guerra dos Tronos, A Fúria dos Reis, e A Tormenta das Espadas. Os livros trouxeram de volta a tradução de Jorge Candeias revisada por Huendel Viana e Jane Pessoa, com novas capas para as três publicações com ilustrações de Marc Simonetti. Fogo & Sangue, O Mundo de Gelo e Fogo e Atlas das Terras de Gelo e Fogo ainda não foram republicados pela Suma. O Festim dos Corvos foi lançado em 11 de novembro de 2019, e A Dança dos Dragões em 25 de março de 2020, com tradução de Marcia Blasques. Em 12 de julho de 2022, ela anunciou uma edição capa dura especial de O Cavaleiro dos Sete Reinos. A editora Suma lançará também os futuros livros Os Ventos do Inverno e Um Sonho de Primavera.

Abaixo, informações sobre as edições da série no Brasil e em Portugal.

Título original Brasil Portugal
Título Páginas Publicação Título Páginas Publicação
A Game of Thrones


A Guerra dos Tronos


592 (editora LeYa)
600 (editora Suma)


setembro de 2010
25 de março de 2019


A Guerra dos Tronos
A Muralha de Gelo


400
416
ambos em 2007


A Clash of Kings


A Fúria dos Reis


656 (editora LeYa)
648 (editora Suma)


março de 2011
Setembro de 2019


A Fúria dos Reis
O Despertar da Magia


480
416
ambos em 2008


A Storm of Swords


A Tormenta de Espadas


884 (editora LeYa)
832 (editora Suma)


setembro de 2011
Setembro de 2019


A Tormenta de Espadas
A Glória dos Traidores


544
528
ambos em 2008


A Feast for Crows


O Festim dos Corvos


644 (editora LeYa)
608 (editora Suma)


fevereiro de 2012
novembro de 2019


O Festim dos Corvos
O Mar de Ferro


448
336
ambos em 2009


A Dance with Dragons


A Dança dos Dragões


860 (editora LeYa)
824 (editora Suma)


junho de 2012
março de 2020


A Dança dos Dragões
Os Reinos do Caos


576
608
setembro de 2011
janeiro de 2012


Escrita[]

1991 — 2000: Os três primeiros romances[]

George R.R. Martin já era um roteirista de TV e escritor de fantasia e ficção científica bem sucedido antes de escrever os romances de As Crônicas de Gelo e Fogo. Ele já havia ganhado importantes prêmios no gênero, como três Hugo e dois Nebula por seus contos. Contudo, apesar de seus primeiros livros terem sido bem recebidos no seio da comunidade de ficção fantástica, seu público manteve-se relativamente pequeno e Martin assumiu alguns trabalhos como roteirista em Hollywood em meados da década de 1980. De 1983 a 1990, ele trabalhou principalmente como roteirista ou produtor de programas como The New Twilight Zone e Beauty and the Beast, mas também desenvolveu seus próprios pilotos de TV e escreveu alguns roteiros de longa-metragens. Enquanto sua frustração crescia porque nenhum de seus pilotos e roteiros estavam sendo produzidos, ele também estava ficando cansado das restrições orçamentárias da televisão e do tempo limitado dos episódios que, muitas vezes, o obrigou a cortar cenas de batalhas e retirar algumas personagens.

Martin sentiu-se impelido a voltar a escrever livros onde ele não precisava se preocupar com comprometimento e onde ele poderia fazer algo tão grande quanto sua imaginação pedisse. Admirando as obras do escritor britânico J.R.R. Tolkien desde sua infância, ele queria escrever uma fantasia épica. Quando Martin estava entre os projetos de Hollywood, em 1991, ele iniciou a escrita de um romance de ficção científica chamado Avalon. Durante esse período, o escritor concebeu uma cena em que vários rapazes encontram um lobo gigante morto com um chifre de veado em sua garganta; o lobo tinha filhotes, os quais são tomados pelos jovens.

Colocando Avalon de lado, Martin começou a trabalhar nesta ideia e terminou um capítulo sobre ela poucos dias depois, tendo a certeza de que aquilo era parte de uma história muito maior. Depois de mais alguns capítulos, o escritor percebeu que seu novo livro era como uma história de fantasia e começou a desenvolver mapas e genealogias. No entanto, a escrita de A Game of Thrones foi interrompida por alguns anos quando Martin voltou a Hollywood para produzir uma série televisiva para o canal ABC, intitulada Doorways, que acabou sendo arquivada.

Retomando o trabalho em A Game of Thrones em 1994 e o concluindo no ano seguinte, Martin disse a seu agente que o romance era parte de uma trilogia, originalmente composta pelos livros A Game of Thrones, A Dance with Dragons e The Winds of Winter. Com o passar do tempo, ele revisou sua estimativa e, em seguida, expandiu o seu planejamento para uma série de quatro livros, e posteriormente para uma de seis, que ele imaginou como duas trilogias interligadas de uma longa história. Martin, que gosta de título de ficção ambíguos porque enriquecem a escrita, optou por A Song of Ice And Fire como o título definitivo da série: um possível significado para "Ice and Fire" (em português, "Gelo e Fogo") é a luta das criaturas sobrenaturais frias conhecidas como Outros e dos dragões de fogo, enquanto "Song" (em português, "canção") decorre de obsessões de Martin com canções, que aparecem em muitos dos títulos de seus livros como A Song for Lya e Songs of the Dead Men Sing.

O manuscrito pronto para A Game of Thrones era composto por 1.088 páginas (sem os anexos). A publicação do romance aconteceu originalmente em agosto de 1996. O segundo livro na sequência, chamado A Clash of Kings, foi lançado em novembro de 1998, com um comprimento de manuscrito (sem anexos) de 1.184 páginas. O volume seguinte, A Storm of Swords, teve cerca de 1.521 páginas no manuscrito (sem anexos); com este comprimento, o tomo causou problemas para muitos editores de Martin em todo o mundo. Em algumas línguas, ele foi dividido em dois, três ou mesmo quatro volumes. A Bantam Spectra, responsável pela publicação de A Storm of Swords nos Estados Unidos, conseguiu lançá-lo em um único volume em agosto de 2000, mas não sem dificuldades.

2000 — 2011: Preenchendo a lacuna na história[]

Após A Game of Thrones, A Clash of Kings e A Storm of Swords, Martin originalmente pretendia escrever mais três livros. Em 2000, o escritor disse que havia nomeado o quarto romance como A Dance With Dragons. Martin queria definir essa história cinco anos depois de A Storm of Swords, de modo que as personagens mais jovens se tornassem adultas e os dragões pudessem crescer. Entretanto, o escritor achou difícil fazer este trabalho sem uma excessiva dependência de flashbacks; posteriormente, ele anunciou que estava abandonando muito do que já havia sido escrito e reiniciando o trabalho imediatamente após o final de A Storm of Swords para criar um quarto romance diferente. Ele divulgou esta decisão juntamente com o novo título da obra, A Feast for Crows, e disse que, por consequência, A Dance with Dragons seria agora o quinto livro de As Crônicas de Gelo e Fogo.

Martin concordou com seus editores que o romance deveria ser inferior a A Storm of Swords, e ele começou a escrevê-lo mais perto do comprimento de A Clash of Kings. Em 2001, o roteirista ainda estava otimista de que A Feast for Crows pudesse ser lançado no último trimestre de 2002. No entanto, a história foi ficando mais complicada e o tamanho do manuscrito finalmente superou A Storm of Swords. Seus editores propuseram-lhe dividir o livro em dois volumes e lançá-los como A Feast for Crows: Parte I e A Feast for Crows: Parte II, mas Martin estava descontente com essa ideia. Aceitando o conselho de um amigo, Martin decidiu dividir o tomo por seus personagens e lugares específicos; assim, A Feast for Crows conteria todas as personagens do Sul dos Sete Reinos, enquanto o seguinte, A Dance with Dragons, conteria as personagens do Norte de Westeros e as de Essos. Esta divisão seria apenas geográfica, uma vez que os enredos abordariam o mesmo período de tempo — nesse sentido, A Dance with Dragons não seria o quinto livro, mas sim um quarto romance paralelo, e ambos os volumes começam instantes após o final de A Storm of Swords.

Em uma declaração em maio de 2005, o autor disse ainda que este movimento significou que a série exigiria sete volumes. Com esses problemas de lado, A Feast for Crows foi finalmente lançado em outubro de 2005. No epílogo da obra, Martin mencionou que o volume seguinte sairia em um ano e que A Dance with Dragons estava semi-acabado. Apesar de esperanças iniciais de A Dance with Dragons ser publicado rapidamente, a escrita e o processo de revisão para este quinto livro foi mais difícil do que o previsto; o autor fez diversos anúncios — em 2007, 2008 e 2009 — de possíveis datas de publicação para a obra, porém todas foram adiadas. Durante algumas entrevistas, Martin explicou que o trabalho no romance demorou devido à complexidade do enredo, que envolve vários personagens e pontos de vista, o que exigiu que ele reescrevesse muita coisa até ficar satisfeito. Depois de quase seis anos, A Dance with Dragons foi publicado nos Estados Unidos em 12 de julho de 2011. Após cerca de dois terços de narrativa, a história de A Dance with Dragons alcança a de A Feast for Crows e a ultrapassa, reunindo as duas correntes antes paralelas da trama. Com cerca de 1.600 páginas de manuscrito, o livro é o segundo mais extenso de toda a série, bem como o que levou mais tempo para ser concluído.

2011 — presente: Livros planejados e o futuro[]

O sexto livro irá se chamar The Winds of Winter, que era, anteriormente, o título planejado para o quinto romance. Martin esperava terminá-lo muito mais rápido do que o tomo anterior; para ele, olhando de forma realista, The Winds of Winter estaria pronto dentro de, no mínimo, três anos a partir do lançamento de A Dance with Dragons. Entretanto, tendo ficado em uma situação complicada com alguns de seus leitores por ter, no passado, estimando a data de publicação para seu livros de forma muito otimista, atualmente o escritor se abstém de fazer estimativas mais precisas para a conclusão do livro seis. Martin não tem a intenção de separar mais uma vez as personagens geograficamente, entretanto, ele não descarta completamente essa possibilidade.

Insatisfeito com o título provisório A Time for Wolves para o sétimo e último volume, Martin anunciou A Dream of Spring como nome oficial da obra. O escritor está decidido sobre o encerramento da série com o sétimo romance, mas ele deixa em aberto a possibilidade de um oitavo para concluir a saga. Ele também está confiante de conseguir publicar os volumes restantes antes que o enredo da série de TV que adapta As Crônicas de Gelo e Fogo alcance-o, embora Martin tenha contado os pontos mais importantes do desfecho da história para os dois principais produtores da série de TV, David Benioff e D.B. Weiss, caso ele venha a falecer antes de finalizar os livros.

Apesar disso, ele revelou que deixou instruções a seus herdeiros para que não permitam que outro escritor termine a série caso ele venha a morrer. Ele já tem uma ideia de como a história irá terminar, bem como o futuro das personagens principais, com "elementos agridoces" onde nem todos viverão "felizes para sempre". Martin espera escrever um término semelhante ao da obra de fantasia The Lord of the Rings, que ele considerou satisfatório; por outro lado, o escritor reconhece o desafio de evitar uma situação como o final da série televisiva Lost, que deixou os fãs decepcionados. Por fim, Martin não exclui a hipótese de vir a criar histórias adicionais definidas em Westeros após o último livro, embora seja pouco provável que continue nesse caminho imediatamente.

Recepção[]

Reposta da crítica[]

Em geral, todos os livros da série receberam críticas muito favoráveis, com comentários sobre sua qualidade literária e crescente popularidade. Contudo, a saga também tem gerado controvérsia, com acusações de anti-feminismo e racismo.

As Crônicas de Gelo e Fogo é considerada por críticos e fãs como uma das melhores séries de fantasia já escrita; Darrel Schweitzer, da revista sobre literatura fantástica Weird Tales, classifico-a como "uma soberba saga de fantasia". Para Tim Martin, do jornal britânico The Telegraph, a excelência dos livros possui a capacidade de provar que a literatura fantástica, por vezes desprezada pelos críticos, pode ser tão boa quanto qualquer outro gênero ficcional. Damien G Walter, do jornal inglês The Guardian, comparou As Crônicas de Gelo e Fogo aos dramas arquetípicos de Homero, Sófocles e William Shakespeare, afirmando que todas as obras têm em comum o fato de que "mostram o conflito entre o autossacrifício e o auto-interesse, entre o espírito humano e o ego humano, entre o bem e o mal".

O jornal inglês The Sunday Times destacou os aspectos sombrios da escrita de Martin, onde suas personagens não se encaixam em estereótipos maniqueístas, dizendo: "Martin se deleita em ambiguidade — seus heróis são vilões, e os vilões, heróis". De forma semelhante, Douglas Brown, do jornal norte-americano The Denver Post, comparou as intrigas políticas presentes no enredo a um jogo de xadrez, onde cada movimento representa o triunfo ou o fracasso. Sara Stewart, escrevendo para o jornal The New York Post em 2011, destacou a imensa popularidade da saga, principalmente após a estreia de sua adaptação televisiva; segundo ela, apenas a Trilogia Millennium, escrita pelo sueco Stieg Larsson e publicada nos Estados Unidos anos antes, captara tanto a atenção dos leitores norte-americanos naqueles tempos. Sob este aspecto, a saga também tem sido amplamente considerada a magnum opus do escritor; em 2000, a revista norte-americana sobre ficção científica Science Fiction Weekly disse que "poucos discordariam que a realização mais monumental de Martin até à data tem sido a pioneira série de fantasia histórica As Crônicas de Gelo e Fogo".

A série também fez de Martin quase que uma unanimidade entre críticos literários e leitores convencionais — o que Ethan Sacks, do jornal norte-americano Daily News, classificou como "raro para um gênero de fantasia que é muitas vezes descartado como lixo". Este sucesso levou-o a ser comparado com a escritora britânica J.K. Rowling, autora da famosa série infanto-juvenil Harry Potter. À época do lançamento de A Dance with Dragons, Bill Sheehan, escrevendo para o jornal norte-americano The Washington Post tinha certeza de que "nenhuma obra de fantasia tem gerado tanta expectativa desde o duelo final de Harry Potter com Voldemort". Por sua vez, Carlo Rotella, do jornal americano The Boston Globe, apelidou As Crônicas de Gelo e Fogo de "Harry Potter para adultos", complementando: "O reino imaginário de Martin transborda com sangue mutilado, sexo abundante, uma política sordidamente intrincada, um elenco enorme de personagens falhos, e camadas de sujeira que emprestam uma sensação de autenticidade a seus cavaleiros, encantamentos e dragões".

O autor e a saga também são favoravelmente comparados com o filólogo britânico J.R.R. Tolkien e sua obra O Senhor dos Anéis. Para Lev Grossman, crítico da revista norte-americana TIME, enquanto os livros de O Senhor dos Anéis foram escritos em um período em que a guerra parecia o destino da humanidade (1937-1949), os de As Crônicas de Gelo e Fogo, por outro lado, refletem a incerteza de uma época onde não se sabe para onde a civilização caminha, descrevendo a série como "o grande épico de fantasia da nossa era". Nana Queiroz, da revista brasileira Veja, considerou que "Martin superou Tolkien" e, destacando as diferenças na escrita entre os dois, disse: "Enquanto Tolkien parece viver um platonismo cego, Martin leva o realismo às últimas consequências". Falando sobre tais comparações, Martin reconheceu que a estrutura de seus livros tem algo em comum com a outra obra; ele disse que "embora eu difira de Tolkien em aspectos importantes, [...] se você olhar para O Senhor dos Anéis, ele começa com um foco firme e todas as personagens estão juntas. Então, até o final do primeiro livro, a Sociedade divide-se e eles têm diferentes aventuras. Eu fiz a mesma coisa. Todo mundo está em Winterfell no início, exceto Dany [Daenerys Targaryen], então eles se separaram em grupos e, finalmente, estes também se dividem".

Entretanto, com o passar dos anos, os livros de As Crônicas de Gelo e Fogo vêm sendo criticados por suas passagens envolvendo sexo: George R.R. Martin escreve francamente sobre o assunto — incluindo incesto, adultério, prostituição e estupro. O escritor não considera que sua série traga sexo gratuito, mas sim que estas passagens oferecem para seus leitores uma visão mais detalhada da história. A atenção de críticos também foi despertada pelo sexo envolvendo crianças: a personagem Daenerys Targaryen, por exemplo, possui treze anos no início da saga e é "vendida" por seu irmão a um líder guerreiro mais velho. Martin justifica esta situação pelo fato de seus romances se inspirarem na história medieval; segundo ele, o conceito de "adolescência" não existia naquela época: ou se era adulto ou se era criança — e a diferença era dada por sua maturidade sexual.

De forma semelhante, alguns críticos e leitores acusam a obra de possuir uma abordagem anti-feminista e racista. Sites que tratam dos direitos das mulheres destacaram o conservadorismo dos livros, argumentando que neles as mulheres estariam relegadas a figuras de importância secundária. Por sua vez, o povo nômade Dothraki seria uma representação repleta de estereótipos; descritos com "a pele acobreada e de olhos amendoados", eles podem ser vistos como uma comunidade de "selvagens bárbaros", em oposição aos habitantes de pele clara de Westeros. Martin acha bom que estes assuntos sejam debatidos, mas ele não acredita ser um escritor misógino ou mesmo racista como alguns críticos afirmam; ele diz ter tentado fornecer uma variedade de personagens femininas para a história e se encontra satisfeito com o fato de tantos fãs seus amarem estas mesmas personagens. Quanto às características dos Dothraki, ele disse que tentou misturar traços étnicos e culturais diferentes para criar esta civilização imaginária, destacando a influência dos povos mongol, alano e huno, com a coloração da pele semelhante à dos ameríndios.

Vendas[]

Inicialmente, os editores de Martin esperavam que A Game of Thrones se tornasse um best-seller, o que gerou uma disputa por parte de editoras no Reino Unido, na qual acabou vencendo a HarperCollins pela quantia de 450.000 libras esterlinas. No entanto, o livro revelou-se uma decepção nas vendas, o que deixou Martin um pouco surpreso. Apesar disso, o romance lentamente ganhou a defesa apaixonada de alguns livreiros independentes, que o recomendaram para seus clientes — que por sua vez, recomendaram-no aos seus amigos na base do "boca a boca". A popularidade de As Crônicas de Gelo e Fogo cresceu a partir dos volumes subsequentes, com o segundo e o terceiro tomos entrando para a referencial lista de mais vendidos do jornal norte-americano The New York Times em 1999 e 2000, respectivamente.

A série também direcionou uma nova atenção aos antigos escritos de Martin, e a editora Bantam Spectra reimprimiu seus livros que estavam fora de catálogo. Em 2005, a quarta parcela, A Feast for Crows, tornou-se a primeira da saga a alcançar o topo das listas de mais vendidos dos jornais The New York Times e The Wall Street Journal, sugerindo que as obras de fantasia de Martin estavam começando a atrair leitores convencionais. Em 2010, a versão brochura de A Game of Thrones chegou a sua 34ª impressão nos Estados Unidos, superando a marca de um milhão de cópias vendidas. Em 2011, a estreia da adaptação televisiva dos romances apresentou As Crônicas de Gelo e Fogo a um maior número de leitores e lhe trouxe maior notoriedade, fazendo com que os quatro primeiros volumes surgissem entre os dez primeiros colocados na lista de mais vendidos do jornal The New York Times naquele ano.

Por sua vez, A Dance with Dragons obteve um grande sucesso de vendas — tanto em sua versão impressa quanto eBook/digital; dois dias após seu lançamento, ele havia comercializado cerca de 650.000 cópias, alcançando o primeiro lugar das listas de mais vendidos de publicações como USA Today, The New York Times, Publisher's Weekly e Los Angeles Times. Em geral, os livros de As Crônicas de Gelo e Fogo já foram traduzidos para cerca de 47 idiomas e venderam mais de 90 milhões de cópias pelo mundo.

Premiações[]

Os romances também foram nomeados a uma série de prêmios literários desde o lançamento de A Game of Thrones. Os três primeiros volumes foram ganhadores do Prêmio Locus — em 1997, 1999 e 2001 —, sendo também indicados ao Prêmio Nebula. A Storm of Swords foi o primeiro volume da saga a ser nomeado ao Prêmio Hugo, apesar de tê-lo perdido para Harry Potter e o Cálice de Fogo, da escritora britânica J.K. Rowling. A Feast for Crows, por sua vez, foi indicado ao Locus, ao Hugo e ao British Fantasy Award de 2006, não convertendo nenhuma da nomeações.

Adaptação para TV[]

Artigo principal: Game of Thrones

Os sete livros, incluindo os não lançados, foram adaptados para a TV pela HBO na série Game of Thrones. George R.R. Martin escreveu roteiros para alguns episódios até a quarta temporada, mas deixou a produção para focar em Os Ventos do Inverno. A série durou oito temporadas e ajudou a popularizar a série de livros a um público mais diverso. A primeira temporada foi principalmente baseada no primeiro livro, A Guerra dos Tronos, de onde a série tirou seu nome; a segunda temporada foi principalmente baseada no segundo livro, A Fúria dos Reis; a terceira e quarta temporada foram baseadas no terceiro livro, A Tormenta de Espadas; a quinta temporada adaptou os livros quatro e cinco, O Festim dos Corvos e A Dança dos Dragões; enquanto a sexta, sétima e oitava temporada, além de finalizarem trechos de livros anteriores que não foram adaptados na quinta temporada, — como arcos de O Festim dos Corvos na sexta temporada — foram principalmente baseadas em matérias que ainda não foram lançados pelo Martin nos livros seis e sete, Os Ventos do Inverno e Um Sonho de Primavera, com algumas divergências do material original.

Outras mídias[]

As Crônicas de Gelo e Fogo se expandiram além da série principal, com diversas mídias relacionadas a continuidade dos livros sendo lançadas para complementar o trabalho de George R.R. Martin.

Novelas[]

Contos de Dunk e Egg
  • O Cavaleiro dos Sete Reinos (2014)
    • O Cavaleiro Andante (1998)
    • A Espada Juramentada (2003)
    • O Cavaleiro Misterioso (2010)
  • The She-Wolves of Winterfell (ASA)
The Iron Throne Saga
Contos diversos
  • The Princess and the Queen (2013)
  • The Rogue Prince (2014)
  • The Sons of the Dragon (2017)

Livros de referência[]

Livros de história[]

Jogos[]

Jogos de mesa
  • A Game of Thrones: Card Game (2002)
  • A Game of Thrones: Board Game (2003)
  • A Game of Thrones: RPG (2005)
  • A Song of Ice and Fire Roleplaying (2009)
  • Battles of Westeros (2010)
Jogos eletrônicos
  • A Game of Thrones: Genesis (2011)
  • Blood of Dragons

Aplicativos[]

  • A World of Ice and Fire (2012)

Quadrinhos[]

  • O Cavaleiro dos Sete Reinos (2003-2017)
  • A Guerra dos Tronos (2012-2014)
  • A Fúria dos Reis (2017-atualmente)

Outros livros[]

  • The Art of George R.R. Martin's A Song of Ice and Fire (2005)
  • A Song of Ice and Fire Calendar (2009-atualmente)
  • Além da Muralha (2012)
  • Banquete de Gelo e Fogo (2012)
  • The Official Game of Thrones Cookbook (2024)

Referências[]

v  d  e
As Crônicas de Gelo e Fogo e derivados
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